Uruguai adota rotulagem frontal para embalagens de alimentos
21/09/2018 - 02:09
O Uruguai é o terceiro país das américas a adotar a rotulagem frontal de alimentos, com alertas sobre alimentos com quantidades excessivas de sódio, açúcar, gorduras e gorduras saturadas. A decisão foi sancionada pelo presidente Tabaré Vasquéz.
Com as novas regras, os alimentos embalados deverão apresentar uma advertência por meio de um rótulo frontal em forma de octógono, nas cores branca e preta, e de fácil interpretação. Essa rotulagem também será aplicada para regular os alimentos em escolas e compras governamentais. A indústria tem 18 meses para se adaptar às novas regras.
A aprovação no Uruguai não foi fácil. A proposta do rótulo de advertência frontal foi elaborado por um grupo de trabalho, formado por organizações nacionais e internacionais – dentre elas Opas (Organização Pan-americana da Saúde), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) -, estava aguardando a assinatura presidencial desde julho do ano passado. Contudo, mesmo com a pressão da indústria, o documento foi finalmente aprovado.
Além do Uruguai, mais quarenta países já adotam algum tipo de rotulagem nutricional na frente da embalagem, como Israel, Canadá e Chile – inclusive, a nova rotulagem uruguaia foi baseada no modelo chileno e a tendência é que esse movimento continue se espalhando por outros países.
Sobrepeso e obesidade: dados alarmantes
A rotulagem de advertência no Uruguai foi uma resposta ao crescimento do número de pessoas obesas e com sobrepeso no país, que saltou de 52,5% para 64,9% entre 1999 e 2013. No mesmo período, o consumo de bebidas açucaradas se triplicou, assim como o de outros produtos com quantidades excessivas de açúcar, sal e gordura.
A fim de frear esses números alarmantes, o governo uruguaio aprovou a medida que garante uma informação clara e acessível aos consumidores, permitindo que identifiquem nutrientes excessivos associados ao sobrepeso, obesidade e outras doenças não-transmissíveis.
Rotulagem no Brasil
Desde o ano passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vem analisando propostas de mudanças para melhorar a rotulagem nutricional no País. O Idec, em conjunto com a UFPR (Universidade Federal do Paraná), sugeriram a aprovação de um modelo de advertência frontal que sinaliza a presença em excesso de nutrientes considerados críticos para a saúde.
Em maio, a agência publicou seu primeiro parecer público sobre o tema e declarou que alertas na parte da frente das embalagens são a forma mais eficiente de rotulagem. Em seguida, a Anvisa abriu uma consulta pública técnica sobre o assunto.
Fonte: Idec