Simpósio organizado pela Cecet do CRN-5 reúne profissionais e estudantes para debater ética e conduta

3/06/2016 - 04:06

Foi realizado ontem, no auditório Adélia Carvalho, no Hospital Português, o simpósio “Nutricionista, do que você precisa: um código de ética ou um código de conduta?“. O evento, organizado pela  Comissão de Ética do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Cecet/CRN-5), contou com a presença de estudantes de Nutrição e profissionais de várias especialidades, que assistiram palestras das nutricionistas Márcia Paranaguá e Margarida Paim, e da advogada Valma Calil. Os debates foram mediados pelas também nutricionistas Fátima Christina de Castro Santana e Gildete Borges Fernandes, coordenadora e membro da  (Cecet), respectivamente.

Nas palestras, as profissionais falaram sobre ética, respeito à profissão e o papel do nutricionista na conjuntura atual do mundo do trabalho. Na fala de Margarida Paim, sobre “Principais desafios enfrentados pelos nutricionistas em respeito à ética profissional no mercado de trabalho contemporâneo”, ela exemplificou uma série situações e conflitos a serem enfrentados pelos profissionais. “É o momento de rever estratégias, disciplinar condutas, organizar as relações e otimizar a condução dos conflitos. Nós queremos discutir a nossa profissão de uma forma ampla. Por isso, é importante que todos os nutricionistas participem dos debates para a formulação do nosso novo código de ética”, declarou.

A segunda palestra, sobre “Aspectos que devem reger o comprometimento ‘atitudinal’ e comportamental do nutricionista ã luz do que preconiza a ética para os profissionais da saúde”, a nutricionista Márcia Paranaguá foi enfática ao afirmar a responsabilidade no nutricionista como um profissional que promove a saúde em diversas áreas do mundo do trabalho, com citações importantes e explorando conceitos sobre ética e valores sociais pétreos inseridos na profissão. “Estamos aqui para discutir se nós precisamos mesmo de um código de ética ou um código de conduta para a nossa profissão. Muitas questões que vivenciamos e que confrontam os nossos valores pessoais com os valores corporativos deverão ser abordados nesse debate, que não se esgota aqui e deve ser abraçado pelos colegas de profissão”, colocou.

As explanações seguiram com a participação da advogada Valma Calil, que contribui voluntariamente na elaboração dos trabalhos da Comissão de Ética do CRN-5, que há dois anos elabora estudos sobre a reformulação do código de ética da profissão. Durante sua fala, Valma explorou os conceitos sobre ética e conduta, com um apanhado histórico sobre as primeiras normatizações de conduta da civilização moderna, como o Bushido (código de ética dos samurais) e o código dos piratas. Para Valma, o evento trás uma importante contribuição para o propósito da profissão. “Acredito que teremos, em breve, boas soluções e um novo código de ética da profissão de nutricionista que atenderá todos as áreas do mundo do trabalho onde o nutricionista está inserido”, afirmou.

Também estavam no evento os conselheiros do CRN-5 Émerson Ornelas Palmeira, Rosemary Barreto e Janaína Queirós; os funcionários Maria Aurelina Dantas Barreiros (secretária); Leny Strauch (assessora técnica do órgão); Thais Santana Reis Cardoso (unidade financeira); e Jorge Anderson de Jesus Santos (estagiário/comunicação), que contribuíram na organização do simpósio.

Homenagem

Logo na abertura do evento a Cecet fez uma homenagem que emocionou a todos que estavam no evento. A nutricionista Edileuza Nunes Gaudenzi, professora do curso de Nutrição da Universidade Federal da Bahia, foi presenteada com uma placa e um buquê de flores, entregues pelas mãos de Emerson Palmeira e Gildete Borges Fernandes, seus ex-alunos. Com os olhos marejados, a nutricionista, mesmo em recuperação de uma recente cirugia, fez questão de ler uma mensagem aos nutricionistas e estudantes de Nutrição. Ao final da leitura, todos a aplaudiram em tom de reverência e respeito.

O discurso:

Minas grandes amigas, queridas colegas,

Só grandes amigas proporcionam um momento mágico como este, onde a homenageada é uma velha professora que, submetida a uma cirurgia de catarata e, entre muitas restrições, não pôde pintar os cabelos brancos naturais do tempo vivido e deixou de lado a vaidade para vir aqui agradecer esta homenagem.

Alguns anos se passaram desde a nossa saudável convivência e vocês deram prova que um sentimento de amizade sincera e carinho intenso permanecem entre nós – e por qual razão? Pensei talvez pelo cumprimento dos princípios básicos da ética que permearam minha trajetória profissional, talvez pela relação amiga que mantivemos em todos os momentos que nos encontrávamos, mesmo fora da sala de aula, não sei… mas alguma coisa deve justificar esta homenagem que vocês prestam e que muito me honra.

Como disse Aristóteles, “A amizade segundo a virtude é pode se estabelecer entre os homens que são bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas desejam o bem um ao outro de modo idêntico, e são bons em si mesmos. Como estes homens são raros, amizades assim também são raras”.

Mas vocês também são merecedoras de homenagem por que sabem viver dignamente a vida profissional com competência técnica, consciIencia social, responsabilidade e seriedade nos atos do cotidiano e, principalmente, a eticidade nas relações interpessoais e interprofissionais.

Essas qualidades fazem de vocês nutricionistas respeitadas e admiradas.

Com a idade avançada, as emoções vão-se intensificando e falar pouco é o melhor remédio para controlar a pulsação que começou a acelerar dês o momento que fui comunicada da decisão deste Conselho.

Assim, só me resta dizer que, com o mesmo carinho, agradeço esta homenagem, desejando a cada uma de vocês muita felicidade e a certeza de que onde quer que nos encontremos, mesmo que eu não expresse em palavras, olhem meus olhos porque no meu olhar estará sempre, sempre, o meu ‘muito obrigada’.

Salvador, Bahia, 02 de junho de 2016

Edileuza Gaudenzi

 

 

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