Coordenadores de curso se reúnem no CRN-5 para discutir o EaD na área da saúde
1/08/2016 - 03:08
O Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (CRN-5) recebeu na tarde da última sexta (29) a visita de 12 coordenadores e representantes de cursos de graduação em Nutrição de sete instituições de ensino superior da Bahia. A reunião, convocada pela Comissão de Formação Profissional do CRN-5 (CFP), teve o objetivo de discutir o ensino à distância na Nutrição. O CRN-5 já se posicionou contra o EaD na área de saúde em nota compartilhada do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e em campanha na internet.
Para a nutricionista Márcia Magalhães, diretora do CRN-5 e integrante da CFP, a reunião foi importante no sentido de abrir a discussão com os gestores dos cursos. “Foi bem produtiva (a reunião), sob o ponto de vista da discussão acerca do EaD. Uma reflexão sobre os ‘prós’ e ‘contras’ e todos os presentes se posicionaram contra essa modalidade, sendo necessário mais estudos sobre o assunto”, relata.
Este também foi o entendimento do nutricionista e coordenador do curso de Nutrição da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Natanael Moura. “Essa foi uma ótima iniciativa do CRN-5. Consultar a base e os profissionais envolvidos no processo é fundamental. Até porque o EaD é uma realidade e precisamos discutir mais este assunto no sentido de preservar a qualidade do ensino em Nutrição”, afirma Natanael.
A nutricionista Valquíria Agatte, conselheira do CRN-5 e, também, integrante da CFP, afirma que essa modalidade de ensino está crescendo muito no Brasil e, na área da saúde, não é diferente. “Os cursos de graduação, principalmente nas instituições privadas, têm adotado o EaD como forma de otimizar os investimentos. Mas é preciso, primeiramente, garantir que a qualidade do ensino não será comprometida”, destaca.
Participaram do encontro as nutricionistas Ismara Santos Rocha e Larissa Santos Assunção, da Faculdades São Salvador; Amélia Reis, da Universidade Católica (Ucsal); Alessandra Fortes Almeida, da Ryu Barbosa; Natanael Moura, Rosa Virgínia Oliveira e Júlia Duarte, da FTC; Rose Mary Feliciano Dias, da Estácio-FIB; Luciana Ferreira e Clicia Benevides, da Uneb; e Lilian Lessa Andrade e Júlia Carvalho Andrade, da UFBA.
Inviabilidade
Para a professora da Universidade Federal da Bahia, a nutricionista Lílian Andrade, a modalidade EaD é pouco viável. “Na forma EaD, não é possível acompanhar o desenvolvimento continuado semanal do aluno em atividades práticas em laboratório e com seres humanos para uma formação ética e técnica desejável”, declara.
A professora ainda avalia a justificativa adoção da modalidade EaD na saúde. “Não há uma justificativa pedagógica para a migração do ensino presencial para o virtual. Por isso, precisamos investir na conscientização ética dos alunos para uma avaliação deste tipo de ensino”, argumenta.
Texto atualizado às 15h16