Conselhos profissionais da Bahia iniciam luta conta o EAD nas graduações de saúde

20/02/2017 - 06:02

Foi realizada hoje pela manhã a audiência pública que debateu os prejuízos da adoção do sistema de ensino EAD em graduações da área de saúde nas instituições privadas de ensino superior. O evento aconteceu na sala das comissões da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e foi proposto pelo deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB).

Cerca de 200 pessoas, entre profissionais, estudantes e representantes de oito conselhos profissionais da área de saúde marcaram presença no evento, entre eles o CRN-5 e o Sindnut-BA. Com o lema “Saúde é Presencial”, os órgãos e entidades de classe levaram faixas e cartazes em protesto contra o EAD, esclarecendo o sério risco deste sistema deteriorar a formação de nutricionistas, enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, dentistas, biomédicos e farmacêuticos.

“Temos que continuar mobilizados na luta por uma saúde humanizada e com profissionais formados em nível de excelência. Não podemos deixar que a tecnologia substitua o contato humano entre paciente e profissional. E isso se aprende na escola”, afirmou a nutricionista e conselheira do CRN-5, Valquíria Agatte.

“É um dos maiores atrasos que a educação do Brasil pode sofrer. A sanha dos empresários por lucro passa dos limites e, se não houver mobilização da academia, dos estudantes e dos usuários, teremos um sistema de saúde com profissionais de péssima formação e uma população também mal assistida”, declarou o deputado Fabrício.

Na oportunidade, o movimento estudantil também se fez presente. Com uma fala contundente, a representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição (Enen), Denise Dourado, da UFBA, reiterou o papel primordial do contato do profissional com o paciente, que deve ser estimulado desde a formação acadêmica. Ao fim, ela declamou um trecho da música Lute, de Edson Gomes: “Vamos, amigo, lute!/ Vamos, amigo, lute!/ Senão, a gente acaba perdendo o que já conquistou“; para aplausos de todo plenário.

Iniciativa

O deputado Fabrício ainda reiterou a proposta de enviar à votação um projeto para proibir o funcionamento de cursos EAD na área de saúde no Estado da Bahia. Para o parlamentar, o decreto que pode ser sancionado pelo ministro da Educação “é um atentado à formação profissional no país e só atende a interesses de grandes corporações estrangeiras que, desde o governo FHC, fazem incursões pada dominar o ensino superior privado no Brasil, pouco se importando com a qualidade deste ensino que oferecem”.

Veja as imagens da audiência pública na Alba:


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