“Alimentação Fora do Lar” é foco do Sistema CFN/CRN em 2013

5/06/2013 - 09:06

O Sistema CFN/CRN continua com o foco no tema da campanha anual “Alimentação Fora do Lar” para orientar o público a respeito das escolhas feitas na hora de comer fora de casa e conscientizar os empresários sobre o papel do nutricionista em seus estabelecimentos: indicar cardápios e opções alimentares mais recomendadas em diferentes situações do dia a dia, zelar pela segurança alimentar e nutricional do que é servido e gerenciar a qualidade dos produtos e serviços por meio de ações que privilegiem o controle sanitário, a prevenção e a diminuição do desperdício.

A campanha começou com a publicação de uma nova identidade visual para a abordagem do tema, divulgada nos veículos de comunicação institucional dos Conselhos. A partir daí, informações sobre o assunto tem sido destacados na mídia eletrônica, com inserções de spots radiofônicos em vários pontos do Brasil. Neste momento, um concurso está com inscrições abertas a fim de valorizar as ações exitosas de Nutricionistas e Técnicos em Nutrição e Dietética que atuam em restaurantes, lanchonestes e afins.

Dados norteadores da Campanha

Atualmente, quase 70% da população brasileira adota o hábito de se alimentar fora de casa, segundo dados da Pesquisa Data Popular realizada em 26 estados brasileiros em 2011. Motivado pelo trabalho longe de suas casas ou o pouco tempo para o preparo de uma refeição, o brasileiro tem sido, cada vez, mais induzido a comer fora do lar, em restaurantes, bares, lanchonetes, escolas, hospitais e refeitórios. Os gastos com esta modalidade de alimentação, que somavam um montante de R$ 59,1 bilhões em 2006, subiram para R$ 121,4 bilhões em 2011. Estudantes e idosos contribuem de forma crescente para este aumento.

Relacionado a isso, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos anos de 2008 e 2009 aponta dados preocupantes relativos ao estilo de vida adotado pela maior parte da população. O brasileiro está comendo mais, porém comendo mal, no que tange à qualidade nutricional. Mais de 90% dos brasileiros consomem menos frutas, legumes e verduras do que o recomendado pelo Ministério da Saúde. O aumento no consumo de biscoitos recheados, salgadinhos, pizzas, doces e outros alimentos de altos teores de sal, açúcar e gorduras ganharam destaque ao lado do tradicional arroz e feijão.

A dieta de baixa qualidade aponta que o consumo de nutrientes e vitaminas ingeridos não alcançam o nível adequado: 68% dos brasileiros não consomem a quantidade mínima de fibras e 98% encontram-se com deficiência das vitaminas D e E, independentemente da idade ou sexo. A pesquisa do IBGE também indicou os excessos, com destaque para as gorduras saturadas, atingindo 82% da população, seguido de açucares, com 61%. O aumento do consumo de refrigerantes e destilados também preocupa.

O resultado dessa má alimentação é o aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como a obesidade, a hipertensão, o diabetes, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, câncer, etc. Segundo o IBGE (2000), no Brasil 34% dos óbitos são por doenças cardiovasculares; cerca de 42% da população está com níveis de colesterol acima da normalidade; 15% são hipertensos e pelo menos 11 milhões de brasileiros são diabéticos. Esses números revelam claramente que as pessoas estão se alimentando de forma inadequada e ficando cada vez mais doentes.

“Mais do que necessário para manter a vida, o hábito de comer é uma paixão e está diretamente ligada à nossa cultura, lazer e comemorações. O problema está na qualidade da alimentação. A correria do dia a dia, atrelada à oferta cada vez maior de alimentos ricos em gorduras, sal, açúcar, ou manipulados de forma inadequada, mascaram a realidade ao tomarem o lugar de uma alimentação saudável”, resume a Nutricionista Valquiria Agatte.

Apesar dos debates atuais entre representantes do governo e da indústria de alimentos para a definição de alternativas para a redução dos teores de gordura, sal e açúcar nos alimentos industrializados, ainda existe uma grande resistência por parte das indústrias em relação ao assunto. Grande parte da população, por sua vez, seja por desconhecimento ou desinteresse, não mantém o hábito de verificar nos rótulos dos alimentos a quantidades desses nutrientes. “Bom seria que todos adotassem este hábito para basear suas escolhas alimentares, e consequentemente exigissem a diminuição destes valores”, sugere a presidente do CRN-5.

Alimentação Infantil

No que tange à alimentação infantil, especificamente, vale destacar que a última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (realizada em 2009) apontou que o consumo de refrigerantes e frituras faz parte da rotina alimentar de pelo menos 40% dos estudantes brasileiros. Entretanto, “oferecer um ambiente favorável às escolhas alimentares saudáveis nas escolas, bem como o preparo de lanches mais nutritivos, ajudam a combater a obesidade infantil”, lembra Agatte.

Infelizmente ainda há muitas escolas que oferecem em suas cantinas lanches ou refeições de baixíssimo valor nutritivo. Além disso, a educação nutricional também deve ser abordada dentro da sala de aula, mas muitos educadores olham com negligência esta ação. “Já é uma realidade triste nos consultórios de médicos e nutricionistas o grande número de crianças na fase escolar com problemas de sobrepeso, obesidade, hipertensão, diabetes, dentre outras doenças que antes eram peculiares apenas de adultos acima dos 40 anos”, conta a Presidente do CRN-5”. O fato das crianças acompanharem os hábitos alimentares dos pais ou das pessoas com as quais convivem revela que este público carece de uma atenção especial, inclusive porque os hábitos da criança são levados para a fase adulta.

Jovens, adultos e idosos

Os adolescentes e jovens são os campeões em comer “besteiras”. Segundo o IBGE, os adolescentes brasileiros consomem sete vezes mais salgadinhos, quatro vezes mais biscoitos recheados, mais de dois biscoitos doces e 50% mais biscoitos salgados do que os adultos. A atenção na educação alimentar deste segmento deve ser redobrada por ser o segmento mais influenciado por propagandas de fast foods. Para este público, mostrar que a alimentação saudável também pode ser saborosa é tão importante quanto alertar em relação aos danos causados pelo descaso com as escolhas alimentares. “Já os adultos e idosos necessitam, sobretudo, de orientação. Incentivar mudanças nos velhos hábitos alimentares equivocados, bem como introduzir novos hábitos saudáveis, se traduz em um grande desafio”, conclui a Nutricionista Valquíria Agatte.

Lançamento da campanha em Salvador

No dia 1º de abril, a presidente do CRN-5, Drª Valquíria Agatte (CRN-5 1830), marcou presença na Tribuna Popular da Câmara Municipal de Vereadores de Salvador (CMVS) para lançar, primeiramente para o poder público e para a imprensa, a Campanha anual do Sistema CFN/CRNs “Alimentação Fora do Lar”. “Também promoveremos ações voltadas para Nutricionistas e Técnicos em Nutrição e Dietética, para que estes profissionais também se envolvam, e para a sociedade em geral, com o intuito de conscientizar a população acerca da importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis”, declarou a presidente.

Após as palavras proferidas pela Nutricionista na CMVS, três vereadores fizeram uso da palavra para apoiarem a “causa” apresentada pelo CRN-5 na plenária: Léo Prates (SEM), Aladilce Souza (PC do B) e Fabiola Mansur (PSB). Na ocasião, a presidente do CRN-5 foi convidada para participar como colaboradora nas reuniões da Comissão de Saúde da Câmara e integrar a mesa de abertura do evento comemorativo ao Dia Mundial da Saúde (7 de abril), que será promovido pela CMVS.

As propostas centrais da Campanha “Alimentação Fora do Lar” foram apresentadas para a população através de entrevistas concedidas às TVs Itapoan (Record), Aratu (SBT), Baiana (Rede Aparecida), Câmara, entre outras, além das Rádios CBN e Educadora. Ontem (2), a TV Bandeirantes também gravou entrevista com a Conselheira do CRN-5, Drª Ana Karine Braga (CRN-5/1090), sobre o tema. Desde o último domingo, notas informativas sobre o lançamento da Campanha foram divulgadas em rádios, jornais impressos e sites baianos de noticias.

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