Planos de saúde obrigados a ampliar tratamento a obesos

3/01/2014 - 02:01

Os planos de saúde estão obrigados a ampliar o tratamento a pessoas com obesidade mórbida. Desta forma, quem passar por cirurgia para reduzir o estômago terá direito a mais consultas com fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo, aumentando de seis para 12 o número obrigatório de sessões.

O atendimento passa a ocorrer porque a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou a atualização das coberturas que agora oferecerão 87 novos procedimentos, além de exames para 29 doenças genéticas. Todas as medidas entram em vigor neste dia 2 de janeiro de 2014.

Com a novidade, os 42 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil passam a ter direito a 50 novos exames, consultas e cirurgias. Também passam a ter acesso a 37 remédios orais para tratamento domiciliar de câncer, além de coberturas específicas para 29 doenças genéticas.

ACIMA DE 35

A resolução da ANS garante a operação de redução do estômago ao paciente cuja fórmula que divide peso pela altura resulte no número igual ou superior a 35 e desde que associado a alguma doença decorrente do sobrepeso, como hipertensão. De 2003 a 2012 o número de pessoas que recorreu à cirurgia passou de 16 mil para 72 mil no país, avanço de 350%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

Presidente da entidade, Almino Ramos afirmou que o acompanhamento multidisciplinar é indispensável para o sucesso do tratamento da obesidade. “Primeiro, o paciente deve ser preparado para a cirurgia. Depois da operação, serão avaliados os resultados da adaptação ao novo estilo de vida afim de realizar ajustes do tratamento em caso de necessidade”, disse.

Segundo a nutricionista Alessandra Coelho, a inclusão dessas especialidades pode minimizar ou evitar custos futuros com doenças crônicas, pois o acesso ao atendimento multidisciplinar ajuda a prevenir complicações no pós-operatório.

“Adotar hábitos alimentares saudáveis é uma das primeiras providências. A orientação nutricional após a cirurgia deve ser adequadamente conduzida, pois se trata do período de maior redução de peso, e é preciso equilibrar os níveis de proteínas e vitaminas”, disse.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 

O diretor-presidente da ANS ressaltou que também foi estabelecida a obrigatoriedade do fornecimento de bolsas coletoras intestinais ou urinárias para pacientes ostomizados.

Junto às bolsas, também devem ser ofertados ao paciente os equipamentos de proteção e segurança utilizados conjuntamente com elas, como as barreiras protetoras de pele.

No rol odontológico, passam a constar a realização de enxertos periodontais, teste de identificação da acidez da saliva; e tunelização (cirurgia de gengiva destinada a facilitar a higienização dentária).

A agência ampliou o uso de outros 44 procedimentos já ofertados. Entre eles, o exame pet scan que passa de três para oito indicações: além de tumor pulmonar para células não pequenas, linfoma e câncer colo-retal. O exame passa a ser indicado também para a detecção de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, de cabeça e pescoço, melanoma e câncer de esôfago.

O exame de angiotomografia coronariana também foi ampliado para pacientes de risco baixo e intermediário para doenças coronarianas, assim como a tomografia de coerência ótica, agora também coberta pelas operadoras.

COM 162 QUILOS, LIRA FARÁ A CIRURGIA 

O motorista André Luiz Lira, 38, conhece bem as dificuldades de quem tem obesidade mórbida. Ele pesa hoje 162 quilos e está passando por uma bateria de exames para se submeter à cirurgia de redução do estômago, que será custeada pelo seu plano de saúde. Lira é usuário de um dos poucos planos que já faziam o atendimento a esse tipo de doença mesmo antes da determinação da ANS.

Mas nem sempre foi assim. Ele lembra que em 1999 chegou a ter seu nome incluído na fila de pacientes para realizar o procedimento pelo SUS, mas nunca foi chamado. Com relação à novidade, Lira se diz muito feliz. “É fundamental essa iniciativa do governo”, frisou, acrescentando que os acompanhamentos previstos, como de nutricionista e psicólogo, deixam o paciente mais confiante.

O novo rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, editado pela ANS, beneficia outros 18 milhões em planos odontológicos, individuais e coletivos. “A medida traz avanços importantes, a exemplo dos medicamentos orais contra câncer e o rastreamento de doenças genéticas”, disse o diretor-presidente da ANS, André Longo.

Ele acrescentou que agora são ofertados medicamentos para o tratamento de tumores de grande prevalência entre a população, como estômago, fígado, intestino, rim, testículo, mama, útero e ovário. “O efeito imediato é a redução dos casos de internação”, disse o dirigente da ANS

Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2014-01-02/planos-de-saude-obrigados-a-ampliar-tratamento-a-obesos.html

Compartilhe:

Veja também



Fale Conosco

X

Enviando seu email...

Email enviado com sucesso!

slot gacor skybet88 slot online skybet88 skybet88 skybet88 slot gacor skybet88 skybet88 slot bonus new member skybet88 slot shopeepay skybet88 skybet88 skybet88 slot shopeepay slot gacor skybet88 demo slot skybet88 skybet88 skybet88 skybet88 skybet88 skybet88 mgs88 mgs88