ONG Argentina denuncia que pesticida também utilizado nas lavouras do Brasil contaminou 90% da população
21/07/2015 - 04:07
*Fontes: Página 12, Der Spiegel
Uma pesquisa realizada pela Associação Civil BIOS, da Argentina, diagnosticou que 90% das pessoas que participaram do estudo realizado numa importante comarca agrícola do interior do país tinham glifosato ou seu metabólito na urina. Em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) qualificou o glifosato como uma substância “provavelmente cancerígena”. Além disso, pode provocar diabete, Mal de Parkinson e até Alzheimer.
Participaram do estudo tanto moradores da zona rural como da urbana. Tendo em conta que muitos alimentos industrializados contêm soja, o resultado é preocupante. Também foi demonstrado que os agrotóxicos evaporam e caem com a chuva. E de todos eles, o glifosato foi o herbicida mais encontrado.
A revista alemã “Der Spiegel”, um dos semanários mais lidos na Europa, trouxe uma extensa matéria sobre este pesticida. Na capa, a pergunta: “Será o Glifosato culpado pela má-formação?”.
Após informar sobre diversos casos onde o resíduo de Glifosato na ração animal é suspeito de causar doenças em gado leiteiro, prejudicando a produção, a revista afirma que em poucos meses a autorização do produtos será revisada na União Europeia.
Brasil
Em maio deste ano, o Ministério Público Federal recomendou, em um documento enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que seja concluída com urgência a reavaliação toxicológica do glifosato e que a agência determine o banimento desse herbicida do mercado nacional.
Herbicida de amplo espectro, o glifosato é o produto mais usado nas lavouras do Brasil, especialmente nas áreas plantadas com soja transgênica. O pedido, feito pelo MPF do Distrito Federal, baseia-se em estudos como o realizado pelaInternational Agency for Research on Cancer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo o qual esse produto pode ser cancerígeno.