MDSA classifica 159 municípios em risco de insegurança alimentar e nutricional

6/01/2017 - 03:01

De acordo com  o estudo Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional a partir da análise do Cadastro Único e do Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar Nutricional), do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), 159 municípios brasileiros estão identificados com vulnerabilidade muito alta de insegurança alimentar e nutricional. Desse total, 66 (39,5%) municípios são da região Norte, 53 (31,7%) do Nordeste, 28 (16,8%) do Sul, 12 (7,2%) do Sudeste e 8 (4,8%) do Centro-Oeste.

Para a nutricionista Rita Frumento, presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (CRN-5), esses dados só reforçam o papel do nutricionista como o elemento central na luta contra a desnutrição e na alimentação escolar. “Somos mais de 110 mil nutricionistas em todo o país. Os prefeitos e governadores precisam investir na contratação desses profissionais, fomentar a cadeia produtiva regional da alimentação, principalmente no norte e nordeste do país”, afirmou.

Vale destacar que o Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome em 2014, segundo relatório global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado em setembro daquele ano. A FAO considerou dois períodos distintos para analisar a subalimentação no mundo: de 2002 a 2013 e de 1990 a 2014. Segundo os dados analisados, entre 2002 e 2013, caiu em 82% a população de brasileiros em situação de subalimentação. A organização aponta também que, entre 1990 e 2014, o percentual de queda foi de 84,7%.

De acordo com o MDSA, os municípios na faixa de vulnerabilidade terão prioridade no acesso às políticas públicas do governo federal, como as ações de acesso à água, de inclusão produtiva rural e de fortalecimento da agricultura familiar. A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) reforçará a importância da atuação integrada entre governo federal, estados e municípios para ampliar as condições de acesso da população mais vulnerável à alimentação adequada. 

Entres os compromissos assumidos pela Caisan no Plano Plurianual (PPA) e no segundo Plano Nacional de Segurança Alimentar (Plansan) estão a redução em 25% a desnutrição em crianças indígenas e 20% em crianças quilombolas. 

Vulnerabilidade

O estudo apresenta um mapeamento das famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e considera como variável principal o índice de desnutrição de crianças menores de 5 anos acompanhadas pelas condicionalidades de saúde do Bolsa Família. O recorte priorizou territórios onde residem grupos de populações tradicionais e específicas.

O mapeamento avaliou 3,6 milhões de crianças menores de 5 anos beneficiárias do Bolsa Família. A análise calculou o déficit de altura para idade e peso para idade para cada município brasileiro.

Os dados mostraram que os municípios analisados têm em média 33,2% de crianças com déficit de altura para a idade e 10,7% de déficit de peso para a idade – 4,9 e 6 vezes maior, respectivamente, que a média nacional (6,8% e 1,8%).

Para a diretora de Estruturação e Integração de Sistemas Públicos Agroalimentares do MDSA, Patrícia Gentil, os gestores públicos têm que ter um olhar mais refinado para as políticas de segurança alimentar e nutricional. “Não podemos levar em conta só a renda das famílias. Precisamos de ações mais focalizadas e específicas nos territórios mais vulneráveis”, ressaltou.

Com informações do MDSA

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