CRN-5 lança campanha pela presença de nutricionistas nas escolas públicas estaduais da Bahia
2/06/2015 - 10:06
Mobilização da categoria é fundamental para que os governos garantam a presença de profissionais qualificados na gestão, monitoramento e produção da alimentação escolar.
O Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (CRN-5) inicia, nesta terça (2), a campanha Se Tem Alimentação na Escola, Tem que ter Nutricionista!, em alusão a importância deste profissional no acompanhamento, gestão e produção da alimentação escolar que atende às escolas estaduais em todos os 417 municípios da Bahia.
A campanha surge num momento crucial de expansão da oferta de alimentos nas escolas e, ao mesmo tempo, de uma epidemia de obesidade em jovens e crianças, entre outros distúrbios alimentares. O objetivo, segundo a presidente do Conselho, Valquíria Agatte, é buscar a garantia de qualidade e equilíbrio nutricional de maneira sustentável nos estabelecimentos de ensino públicos da Bahia. “Esse é um desafio da sociedade não só baiana, mas de todo o Brasil. Estamos observando ao longo dos últimos anos, jovens e crianças com problemas crônicos de saúde, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade devido a maus hábitos alimentares. Por outro lado, ainda há indivíduos subnutridos e que precisam do amparo de um nutricionista para superar tais problemas”, disse Valquíria.
Em recente pesquisa realizada pelo CRN-5, foi detectado que existem apenas dois nutricionistas lotados na Secretaria Estadual da Educação (SEC) para acompanhar este processo, num universo de 1,5 milhão de alunos. “É uma situação preocupante e o CRN-5 está na luta para que o Governo do Estado promova um concurso público para a contratação desses profissionais. Já mantivemos um primeiro contato com a SEC e o governo se mostrou sensível ao problema. Mas agora precisamos de uma solução e isso só virá com o concurso e contratação destes profissionais”, afirma a presidente do CRN-5.
Demanda
O papel do nutricionista na cadeia produtiva da alimentação escolar é de fundamental importância para a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), preconizada pelo Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), do Governo Federal. Nessa esteira, já está em tramitação na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) um projeto de lei que proíbe o fornecimento de alimentos industrializados, embutidos e com altos índices de gorduras, sal e açúcar na alimentação escolar. Este PL é de autoria do deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) e também visa estimular o comércio regional de produtos provenientes da agricultura familiar.
Caso seja aprovado em votação, o projeto segue para sanção do governador do estado, Rui Costa. Porém, mesmo com o avanço obtido por uma possível aprovação do projeto, será imprescindível o monitoramento destes alimentos do campo até o prato, já que a segurança alimentar e a necessidade de equilíbrio nutricional também dependem da presença do nutricionista em cada região ou município onde o alimento for preparado. Uma demanda da sociedade baiana.
MTE 2815 SRTE/BA